25.2.08

Vida Profissional X Ser Mãe: Dá pra ser bem sucedida nas duas áreas sem deixar furo?

A idéia central deste texto baseia-se numa situação vivida por mim, que demonstra bem essa dualidade: eu tinha que fazer algumas ligações relacionadas ao trabalho, mas quando eu cheguei em casa simplesmente não consegui fazer mais nada, porque meu filho não deixou (porquê nem me largou). Resultado: acabei acordando às 5 da manhã e esperando pra fazer o que eu tinha que fazer, coisa que aliás me deixou com muita raiva, porque eu desteto deixar de fazer as coisas, principalmente por causa dos outros. Isso é uma coisa que eu nunca ouvi ninguém falar: todo mundo fala da felicidade que é ser mãe, das alegrias e tal, mas ninguém fala da barra que é conjugar o lado de mãe com o lado profissional, verdadeiramente. E que fica com raiva por ter que deixar de fazer certas coisas por causa disso, infelizmente. E nem que, depois que o filho nasce, você se torna praticamente escrava dele. Eu nunca pensei no Pedro com um erro, mas de uns tempos pra cá ele vem me cobrando muito, e eu de-tes-to ser cobrada, por quem quer que seja. E pra mim se torna um paradoxo terrível, porque eu quero (tento) ver o Pedrão sempre feliz.
Isso está realmente pirando a minha cabeça, porque eu só tenho me sentido livre quando saio de casa, pois quando eu estou em casa eu não faço outra coisa além de cuidar do Pedro, até porque ele “exige” a minha presença, por assim dizer. Eu sempre fui uma pessoa que mantinha prazos e metas sobre controle, cumpria com as minhas obrigações e só deixava algo pendente (coisa que eu detesto) se não dependesse exclusivamente de mim. De um tempo pra cá, parece que a minha vida perdeu o rumo: eu não consigo mais me programar, parece que uma simples ida ao salão se tornou um crime, porque se eu quiser sair, ou eu tenho que esperar o Pedro dormir, ou deixo ele berrando e saio na marra. É dose pra leão, principalmente porque eu detesto ver ele chorando.
Ultimamente eu tenho me sentido a última das criaturas, porque eu estou sendo praticamente “obrigada” a ficar o tempo todo com ele, e quando eu vou trabalhar é praticamente um alívio, infelizmente, porque é uma das poucas horas nas quais eu posso me dedicar exclusivamente à mim (ou fazer alguma coisa diferente).
Não digo que faria diferente, ou não teria tido o Pedro, mas é barra administrar as duas coisas!
Sem falar nas pessoas que às vezes não entendem o seu sentimento, e você acaba se passando por um monstro sem coração só porque quer mais um pouquinho de tempo pra você mesma.
Que fique bem claro aqui que eu sou apaixonada pelo Pedro, e que ele é a coisa mais importante pra mim na vida.
Mas é justo isso? É pra ser assim mesmo? O que eu estou fazendo de errado, que parece que está tudo virando do avesso?
Sei lá... Tenho pensado muito sobre isso, sabe?
A conclusão lógica a que eu cheguei é a de que não dá pra ser perfeita o tempo todo, por maior que seja o esforço. A gente tenta agradar à todo mundo, ao marido, à mãe, à sogra, ao filho, e a verdade é que quem mais sofre com isso somos nós, porque por mais que a gente faça, nunca é o bastante, ninguém nunca está plenamente feliz.
Será que nós realmente queremos isso? Será que um mínimo de tempo unicamente pra nós já não bastaria?
Dá pra ficar 24 hs cuidando de filho sem entrar em parafuso, achando que está faltado alguma coisa? Algumas vezes eu acho que isso tá sendo demais pra minha cabeça, mas aí eu me convenço de que é assim mesmo, de que ninguém nunca morreu disso (pelo menos que eu saiba), e continuo fazendo as coisas, esperado a calmaria...
É a vida,né? De mãe...


O Ministério da Saúde adverte:
"Não deixe a loucura da vida cotidiana te desanimar: ser mãe ainda é muito legal, e um aprendizado e tanto..."


"Você nunca ouviu falar em maldição, nunca viu um milagre
Nunca chorou sozinha num banheiro sujo
Nem nunca quis ver a face de Deus.."
(Cazuza)

3 comentários:

Anônimo disse...

Putz, meu, que barra! Bem que dizem que ser mãe e padecer no paraíso (ou algo parecido... *rs)

Karina Lerner disse...

saindo um pouco desse seu exemplo de ter que fazer ligações, mas falando sobre o tema: cuidar do filho x cuidar de si.

se num acidente de avião, quando caem as máscaras, se vc se preocupar antes em colocar a máscara no seu filho e depois em vc, estes segundos podem ser o suficiente para que você desmaie e não consiga cuidar de ninguém. portanto, antes de pensar em cuidar do seu filho, vc precisa se cuidar.

vc precisa preservar a sua saúde para estar bem o suficiente para seu filho.

isso é só um exemplo, mas pense nisso!

bjs!

Céu disse...

Não pude parar para ler td, mas prometo fazer isso...Vim desde já dizer um pequeno oi e agradecer o comentário lá no céu. São esses tipos de comentários (os dos desconhecidos) q nos fazem ter vontade de escrever dnovo :)
Bjo's